tratamento dependência química 3

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Dependentes Químicos Em Tratamento: Um Estudo Sobre A Motivação Para Mudança
A pessoa dependente geralmente apresenta mudanças progressivas de comportamento, que fazem o organismo se adaptar à droga. Este estágio é o que possui maiores desafios para o dependente químico, pois a manutenção possibilita conferir se os comportamentos e ações da fase anterior de fato levaram o indivíduo ao processo de mudança. Neste momento, é apropriado abrir uma discussão sobre os prós e contras do uso de drogas, ajudar o paciente a perceber os benefícios de largar o vício, assim como apresentar grupos de apoio, instituições e programas de reabilitação. A contemplação é a etapa de consciência do problema relacionado à dependência química.
As clínicas especializadas para dependentes químicos oferecem muitas abordagens para o tratamento nas várias partes do ser humano sendo biológica, psíquica, social e até mesmo espiritual. Tais estratégias devem levar em conta ainda dois agravantes, a baixa adesão e a falta de motivação para o tratamento, os quais acarretam frequentes recaídas. Segundo Magrinelli e Oliveira (2006), é consenso na literatura mundial o alto índice de recaídas dos indivíduos dependentes, independentemente da modalidade e do número de tratamentos a que eles se submetem ao longo de suas vidas. Nesse sentido, a motivação mostra-se um fator de relevância em relação à adesão ao tratamento. Segundo dados fornecidos pelo local, o hospital possui 16 leitos para internações de usuários dependentes de drogas, sendo que cada usuário permanece internado por 21 dias (usuários de crack ficam internados 42 dias).

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Nossa experiência com pacientes adictos demonstra que este recurso terapêutico é necessário, inclusive  na modalidade involuntária, nos casos onde o usuário corre sério risco de vida e/ ou coloca em risco a vida de terceiros. Do mesmo modo, situações onde o usuário começa a praticar pequenos delitos, furtar objetos em casa para trocar pela droga, delapidar o próprio patrimônio ou o da família, a internação deve ser considerada como medida de contenção e redução de danos. O dispositivo da internação psiquiátrica, no tratamento de usuários de álcool e outras drogas, tem indicações e contraindicações precisas, devendo ser avaliada e solicitada por um profissional especializado, que levará em consideração as especificidades de cada caso. Vale destacar que os resultados positivos de todos os tipos de tratamentos também dependem da determinação e força de vontade do dependente químico em superar o vício e não cair em tentação.
Dessa forma, procurou-se exemplificar a temática em questão com falas dos participantes (identificados como E 1 M, como abreviação de "Entrevistado 1, sexo masculino", por exemplo). A seguir, são descritas e discutidas as categorias e subcategorias encontradas (Tabela 2). Em seguida, relatam-se os resultados decorrentes das categorias e subcategorias encontradas, ilustradas com citações literais dos entrevistados.
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De acordo com Oliveira et al. (2003), este achado é relevante por ir de encontro à visão de muitos profissionais de saúde e dependentes químicos, que consideram que quem tem um grau mais severo de dependência é mais difícil de ser tratado e possui um pior prognóstico. Tal percepção pode interferir na atuação desses profissionais e na motivação desses dependentes químicos na busca por tratamentos mais efetivos. Os resultados do estudo realizado por Oliveira et al. (2003) mostraram uma correlação positiva entre maior gravidade da dependência química e motivação para a mudança.
Ter aquela intensidade a noite inteira era um potencial fantástico, extremamente sedutor. Com efeito, a única legislação vigente a respeito de internação autorizada pelo juiz era e continua sendo a legislação que rege a medida de segurança. A crise nesse sistema, no Brasil, iniciou-se em 1978 com a greve de várias unidades da Divisão Nacional de  Saúde Mental (DINSAM), seguida de centenas de demissões, e recebeu apoio do Movimento de Renovação Médica (REME) e do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES). Assim, nasceu o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), o qual teve forte participação popular e se caracterizou pelo perfil não institucional.
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Assim, percebe-se um contraste entre as duas instituições, uma vez que o hospital psiquiátrico fornece um tratamento com base no modelo biomédico de saúde, priorizando o âmbito biológico do indivíduo. Por outro lado, as fazendas de recuperação apresentam uma concepção mais holística, numa perspectiva de contemplar o ser humano em sua totalidade. A partir dos resultados do presente estudo, pode-se inferir que esta forma mais humanizada de conceber o tratamento da dependência química favorece um nível mais elevado de motivação para a mudança. Para a maioria dos entrevistados do presente estudo, o abandono da droga aconteceu no momento da internação para o tratamento, mas alguns consideram que largar o vício é algo que procurarão fazer após o término do tratamento.
3088, de 23 de dezembro de 2011, instituiu a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. Dependência química é um problema crônico, que se caracteriza pela mudança no comportamento do indivíduo ao administrar determinada substância, como consequência, ele passa a se ver dominado por impulsos, cada vez mais recorrentes, para voltar a fazer uso da droga. Nesta fase, os problemas e prejuízos causados pela dependência química são vistos com mais clareza, assim como a aceitação de que uma mudança de comportamento é necessária. Na contemplação, ele começa a tomar consciência de que tem problemas com o consumo de drogas – entretanto, não se mobiliza na mudança de comportamento e atitude. Como vimos ao longo do texto, o suporte da equipe multidisciplinar e familiar é essencial nos tratamentos para dependentes químicos.